A situação alarmante levou o governo espanhol a propor um pacto de emergência climática a Portugal e França. De acordo com as estimativas da plataforma “MoMO” do Instituto de Saúde Pública Carlos III, entre 1 e 21 de agosto registaram-se 2.177 mortes “atribuíveis à temperatura”, um aumento drástico face às 1.271 vítimas no mesmo período de 2024. Uma onda de calor particularmente severa, que durou 16 dias consecutivos, entre 3 e 18 de agosto, foi responsável por 1.429 destes óbitos.
A agência nacional de meteorologia (Aemet) classificou este evento como “o mais intenso” e o terceiro mais longo desde 1975. Este cenário seguiu-se a um mês de julho igualmente mortífero, com cerca de 1.060 mortes relacionadas com o calor, e a um junho que foi o mais quente de que há registo em Espanha. O sistema MoMO não estabelece uma causalidade absoluta, mas fornece a melhor estimativa de mortes relacionadas com o calor, comparando a mortalidade diária com dados históricos e fatores externos.
A crise foi agravada por incêndios florestais de grande dimensão, que consumiram um recorde de quase 400 mil hectares, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).














