O acidente, ocorrido a 3 de setembro, dominou a atualidade informativa, com investigações a apontarem para falhas técnicas como causa provável.
O acidente vitimou oito homens e oito mulheres, com idades entre os 36 e os 82 anos, de oito nacionalidades distintas, incluindo cinco portugueses, entre os quais o guarda-freio André Marques.
A dimensão da tragédia mobilizou uma vasta operação de socorro, com os bombeiros a descreverem um cenário de horror, sendo que um sapador relatou: "Era difícil perceber a quem pertencia cada membro". A investigação preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) indicou que o cabo que unia as duas cabinas cedeu no seu ponto de fixação. Especialistas do Instituto Superior Técnico (IST) apontam como possível causa a substituição, há seis anos, de um cabo totalmente em aço por um com "alma em fibra", que se terá deformado sob pressão.
A manutenção, externalizada pela Carris à empresa MNTC (Main), está no centro do escrutínio, com relatórios a indicar que uma inspeção de rotina foi realizada 48 horas antes do desastre. A Carris, para mitigar a suspensão do serviço, lançou uma carreira de autocarro alternativa (51E). A tragédia teve repercussões políticas, com o Parlamento a aprovar por unanimidade um voto de pesar e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a sobreviver a uma moção de censura. A presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, considerou que o desastre não terá impacto relevante no turismo, afirmando que "um evento localizado como este não muda o comportamento dos mercados estrangeiros".














