A decisão contraria o recurso da defesa, que, com o apoio do Ministério Público, pretendia reverter a medida para internamento preventivo num hospital prisional, alegando a sua inimputabilidade.

Abdul Bashir foi condenado a 2 de junho pelo Tribunal Central Criminal de Lisboa à pena máxima de 25 anos de prisão pela morte de duas mulheres, de 24 e 49 anos, a 28 de março de 2023. O coletivo de juízes considerou o arguido imputável, alterando a sua medida de coação.

A defesa recorreu, argumentando que a decisão estava em "desconformidade com a avaliação clínica realizada".

No entanto, os juízes desembargadores da Relação sustentaram que a modificação da medida de coação foi uma "consequência direta e necessária da alteração" do entendimento sobre a imputabilidade de Bashir. Concluíram que, "enquanto perdurar a declaração de imputabilidade, a alteração pretendida [de prisão preventiva para internamento] é inviável". Para além dos dois crimes de homicídio agravado, o arguido foi condenado por três de homicídio na forma tentada, um de resistência e coação sobre funcionário e um de detenção de arma proibida. Continua pendente no Tribunal da Relação um outro recurso, interposto pelo Ministério Público, que visa que Abdul Bashir seja considerado inimputável e que a pena de 25 anos seja substituída por uma medida de segurança.