A colisão frontal entre o comboio Sud-Express, que seguia para Paris com cerca de 400 passageiros, na sua maioria emigrantes, e um comboio regional que viajava para Coimbra, ocorreu numa via única da Linha da Beira Alta, entre Mangualde e Nelas.

O impacto, a uma velocidade combinada de cerca de 200 km/h, foi devastador, provocando um incêndio violento que consumiu várias carruagens e dificultou a identificação das vítimas.

As estimativas apontam para um número de mortos entre 40 e 150, com muitos corpos a serem sepultados numa vala comum no local, hoje assinalado por um memorial.

A causa do acidente foi atribuída a erro humano, uma falha de comunicação sobre o atraso do Sud-Express, que levou o comboio regional a avançar indevidamente.

Apesar dos julgamentos, ninguém foi condenado.

A tragédia de Alcafache impulsionou uma profunda modernização da segurança ferroviária em Portugal, com a implementação de sistemas de comunicação e sinalização mais avançados.

Para assinalar os 40 anos, foi inaugurada uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Emigrantes, uma iniciativa liderada por sobreviventes e familiares das vítimas, como José Augusto Sá, que perdeu o pai e a irmã no desastre.