O acidente ocorreu enquanto as vítimas, que eram surdas, tiravam fotografias na via, levantando questões sobre a segurança em passagens de nível e a vulnerabilidade de pessoas com deficiência auditiva. O acidente ocorreu no sábado, por volta das 11h10, entre as estações ferroviárias de Ermida e Rede, numa passagem de nível particular, que permite o acesso a propriedades privadas. De acordo com o Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana (GNR), as duas mulheres faziam parte de um grupo e “estavam a tirar fotografias ao comboio que se aproximava”. A sua condição de surdez impediu-as de se aperceberem do perigo iminente, resultando no atropelamento fatal. O alerta foi dado ao Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Douro, mobilizando para o local os Bombeiros Voluntários de Mesão Frio, a GNR e a Polícia Judiciária. A circulação ferroviária na Linha do Douro foi interrompida para permitir as operações de socorro e a investigação, sendo restabelecida apenas horas depois.

A tragédia gerou uma onda de consternação e realçou os perigos associados a comportamentos de risco junto a linhas ferroviárias, especialmente em zonas de grande beleza cénica como o Douro, que atraem muitos turistas. A vulnerabilidade específica das vítimas sublinha a necessidade de uma maior sensibilização para os perigos da via-férrea e a importância de respeitar a sinalização, mesmo em passagens de nível de acesso particular, onde a circulação de comboios pode ser menos previsível para quem não conhece a zona.