O desastre, que vitimou um número nunca apurado de pessoas, continua a ser um marco doloroso na memória coletiva e um símbolo da necessidade de segurança nos transportes. A 11 de setembro de 1985, o choque frontal entre o comboio Sud-Express, que seguia para Paris com centenas de emigrantes, e um comboio regional que se dirigia a Coimbra, resultou numa catástrofe de proporções inéditas na Linha da Beira Alta. A colisão violenta e o incêndio que se seguiu provocaram um número de mortos que as estimativas da época situaram entre 40 e 200, sendo hoje aceite o valor de cerca de 150.
Muitos corpos ficaram carbonizados e foram sepultados numa vala comum no local, tornando impossível a sua identificação.
Para assinalar as quatro décadas da tragédia, foi inaugurada uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Emigrantes junto ao memorial já existente.
A cerimónia contou com a presença de sobreviventes, familiares das vítimas e entidades oficiais, incluindo Ramalho Eanes, que era Presidente da República em 1985. A iniciativa partiu de uma comissão liderada por Augusto Sá, que perdeu o pai e a irmã no acidente e que, desde 2002, tem organizado homenagens anuais para manter viva a memória das vítimas.
Este evento não só recorda a perda humana, mas também o impacto profundo que o acidente teve na segurança ferroviária em Portugal, levando a alterações significativas nos procedimentos e tecnologias de comunicação nas linhas.














