A cerimónia, marcada pela dor e pela memória, contou com a presença do antigo Presidente da República, Ramalho Eanes, que também esteve no local em 1985.
A colisão frontal entre o comboio Sud-Express, que se dirigia para Paris, e um comboio regional, a 11 de setembro de 1985, na Linha da Beira Alta, continua a ser uma ferida aberta na memória coletiva do país. O número exato de vítimas mortais nunca foi determinado, com estimativas a apontar para cerca de 150, uma vez que muitos corpos ficaram carbonizados e foram sepultados numa vala comum no local. A cerimónia deste ano teve um significado especial com a inauguração de uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Emigrantes, um tributo aos muitos emigrantes que viajavam no Sud-Express.
A iniciativa partiu de uma comissão liderada por Augusto Sá, que perdeu o pai e a irmã no desastre e que, desde 2002, se dedica a manter viva a memória das vítimas. A presença de Ramalho Eanes, que era Chefe de Estado à data do acidente, reforçou a dimensão nacional da homenagem, simbolizando a partilha da dor que atravessou o país. Os artigos destacam que, quatro décadas depois, “o país ainda chora, em Alcafache, os filhos que perdeu”, sublinhando o trauma duradouro e a importância de não esquecer um evento que mudou para sempre as normas de segurança ferroviária em Portugal.














