Verão de 2025 regista excesso de mortalidade com mais de 2.600 óbitos

O verão de 2025, classificado como o mais quente e seco desde 1931, resultou num alarmante excesso de 2.603 mortes em Portugal, mais do triplo do valor registado no ano anterior. Estes dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) estabelecem uma ligação direta entre as ondas de calor extremo e o aumento da mortalidade, evidenciando a vulnerabilidade da população, em especial os idosos, aos efeitos das alterações climáticas. De acordo com o boletim de vigilância epidemiológica do INSA, a sobremortalidade concentrou-se em dois períodos críticos que coincidiram com fases de calor extremo identificadas pelo sistema ÍCARO. O primeiro período, entre 30 de junho e 13 de julho, registou 923 óbitos acima da média, enquanto o segundo, de 28 de julho a 24 de agosto, foi responsável por 1.680 mortes adicionais. Ana Paula Rodrigues, médica de Saúde Pública do INSA, afirmou que “o calor terá sido o fator com maior contributo para o excesso de mortalidade nestes períodos”. Os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) corroboram esta análise, detalhando a ocorrência de três ondas de calor durante o verão meteorológico. A temperatura média do ar atingiu 23,51°C, um valor 1,55°C acima do normal, e a precipitação foi de apenas 24% da média, confirmando-o como o verão mais seco dos últimos 94 anos. A especialista do INSA sublinhou que os impactos são particularmente severos na população idosa, que constitui um quarto dos portugueses, e que os períodos de calor e de excesso de mortalidade estão a tornar-se mais prolongados. Estes números confirmam as previsões dos climatologistas, que alertam que as alterações climáticas tornam as ondas de calor em Portugal até 40 vezes mais prováveis.

Em resumo

O excesso de 2.603 mortes no verão de 2025 confirma o impacto letal das ondas de calor, exacerbadas pelas alterações climáticas. A análise do INSA e do IPMA demonstra uma correlação inequívoca entre as temperaturas recorde e a sobremortalidade, especialmente na população idosa, exigindo medidas urgentes de saúde pública.

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