Os relatórios apontam falhas nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) e, em alguns casos, indícios de responsabilidade disciplinar. A divulgação das conclusões da IGAS sobre as mortes ocorridas durante a greve do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) em outubro e novembro de 2024 marca um momento crucial na avaliação da capacidade de resposta do sistema de emergência médica em situações de crise.
A investigação, que abrangeu 12 óbitos, determinou que em três deles o atraso no atendimento poderá ter tido uma influência direta no desfecho fatal. Um dos casos mais detalhados pela imprensa foi o de um homem de 84 anos em Mogadouro, que morreu por engasgamento, onde a IGAS apontou que "o atraso no atendimento telefónico por parte do CODU poderá ter tido uma influência significativa". Neste processo, foi ainda encontrado um "indício disciplinar na atuação de um médico regulador". Noutro caso, no Pombal, a inspeção considerou que a morte de um homem de 53 anos "poderia ter sido evitada" com um socorro atempado, recomendando procedimentos disciplinares.
Nos restantes nove casos, a IGAS não estabeleceu um nexo de causalidade, frequentemente devido à gravidade do quadro clínico pré-existente das vítimas.
Estes resultados reacendem o debate sobre a adequação dos serviços mínimos em setores críticos e a responsabilidade do Estado em garantir a segurança dos cidadãos, mesmo durante paralisações.














