A denúncia da nora da vítima levou a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a intervir, e a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já está a investigar o caso.

O incidente ocorreu em fevereiro de 2024.

A família relata que, após ter sido informada na receção de que o utente tinha tido alta, a nora encontrou-o "deitado numa maca, num estado verdadeiramente deplorável" dentro do serviço de urgência. Ao confrontar o médico de serviço, este terá explicado que chamou o doente três vezes e, como não obteve resposta, deu-lhe alta por abandono.

O hospital, em resposta à queixa, admitiu que a situação foi "inadequada" e "inadmissível", reconhecendo uma "falha na comunicação entre os vários profissionais de saúde". A instituição garantiu que, assim que o erro foi constatado, o registo clínico foi reaberto e o doente foi observado e internado de imediato.

No entanto, o homem viria a falecer dois dias depois.

A ERS concluiu que a conduta da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (ULSAR) "não se revelou garantística da proteção dos direitos e interesses legítimos do utente". O Conselho de Administração da ULSAR negou que o doente tenha morrido esquecido numa maca, mas escusou-se a prestar mais esclarecimentos, invocando o sigilo profissional.