A investigação aponta para a possibilidade de falso testemunho relativamente a uma faca encontrada no local do crime, adensando a complexidade do processo judicial. O Ministério Público (MP) decidiu acusar dois agentes da PSP que acompanhavam o polícia autor do disparo mortal por falsidade de testemunho. A acusação surge num processo autónomo e baseia-se na suspeita de que os agentes mentiram sobre a localização de um punhal, que terá sido usado como justificação para o uso da arma de fogo. Segundo o despacho de acusação, citado por vários meios de comunicação, todos os meios de prova reforçam a suspeita de que a faca “foi colocada no local (na hipótese de não ser pertença de Odair) ou colocado à vista (na hipótese de ser sua pertença)”.
A investigação, baseada em imagens e testemunhos, concluiu que os agentes terão mentido ao alegar que viram a arma debaixo do corpo da vítima. Esta versão contradiz a informação inicial da PSP, que indicava que Odair Moniz teria resistido à detenção “com recurso a arma branca”.
A acusação do MP no processo principal já referia não haver provas de que a vítima tivesse utilizado uma faca para ameaçar os agentes. O julgamento do agente acusado de homicídio, que estava agendado para 15 de outubro, foi adiado para 22 de outubro por motivos de saúde do seu advogado. Um ano após a morte, especialistas e ativistas sociais lamentam que pouco tenha mudado na atuação policial em bairros vulneráveis, apontando para a persistência de uma presença policial musculada e a ausência de outras respostas do Estado.














