A descoberta macabra, ocorrida por acaso devido a uma infiltração, expõe um caso extremo de solidão e isolamento social. O corpo do homem, que teria hoje 86 anos, foi descoberto no sábado, quando os bombeiros foram chamados por um vizinho do andar inferior devido a manchas de humidade. Ao entrarem no apartamento, encontraram o cadáver em avançado estado de decomposição, rodeado por pombas mortas e um ambiente de degradação.

O idoso era descrito como uma pessoa discreta e solitária, que vivia sozinho desde o divórcio e raramente interagia com os vizinhos.

A sua ausência prolongada não levantou suspeitas, pois muitos presumiram que ele se encontrava num lar de idosos.

A situação foi possível porque as suas contas continuavam a ser pagas por débito direto e a sua pensão de reforma era depositada mensalmente, mantendo uma aparência de normalidade financeira que mascarou o seu desaparecimento.

A polícia descartou indícios de crime, apontando para uma morte natural ocorrida entre 2009 e 2010.

Os dois filhos, com quem não mantinha contacto há vários anos, foram notificados.

O caso chocou a comunidade local, servindo como um retrato sombrio da solidão urbana e do esquecimento a que muitos idosos estão votados.