O julgamento do agente acusado de homicídio está prestes a começar, agora com novas provas em vídeo e mais dois polícias acusados de falsas declarações.
O caso, que gerou protestos na Grande Lisboa há um ano, ganha um novo contorno com a revelação de um vídeo gravado por um morador.
As imagens, analisadas pela Polícia Judiciária, mostram que o punhal, peça central da justificação do agente Bruno Pinto para o disparo, só apareceu no local do crime 27 minutos após o tiro fatal.
Esta prova contraria a alegação de legítima defesa, segundo a qual Moniz estaria a ameaçar o agente com a arma branca.
A investigação da PJ já havia concluído que a vítima estava desarmada no momento dos disparos.
A controvérsia adensa-se com a acusação do Ministério Público a outros dois agentes, Rui Machado e Daniel Nabais, por falsidade de testemunho.
Ambos afirmaram ter visto o punhal sob o corpo da vítima, uma versão desmentida por outros colegas e pelas novas imagens.
O MP considera que o auto de notícia foi redigido de forma a sugerir legítima defesa e que os factos relatados "não correspondem ao que realmente se passou". O punhal, que não continha vestígios de ADN ou impressões digitais, continua a ser um elemento misterioso.
O julgamento, que se inicia a 22 de outubro no Tribunal de Sintra, é aguardado com expectativa, centrando o debate na transparência das investigações policiais e na questão da desigualdade racial.














