Este caso de filicídio levanta profundas questões sobre violência juvenil e saúde mental.

O crime ocorreu na tarde de terça-feira na residência da família, na Gafanha da Vagueira.

Segundo a Polícia Judiciária (PJ), que identificou e deteve o menor, a vítima "foi atingida por um disparo de arma de fogo".

A arma utilizada pertencia ao pai do jovem e foi recuperada pelas autoridades.

Após o crime, o adolescente terá tentado simular um cenário de assalto, mas as investigações rapidamente apontaram para a sua autoria, com base em "fortes indícios da prática de um crime de homicídio qualificado".

O jovem confessou o crime, alegando sentir-se "pressionado" pela mãe, um motivo descrito como "fútil".

O Tribunal de Família e Menores de Aveiro decretou a medida cautelar de guarda em centro educativo em regime fechado por um período de três meses, que será reavaliada.

A advogada do menor, Carla Delgado, confirmou que este será sujeito a perícias médico-legais.

A morte de Susana Gravato, uma figura pública respeitada e vereadora do executivo cessante da Câmara Municipal de Vagos pelo PSD, gerou uma onda de consternação.

O presidente da Câmara, João Paulo Sousa, afirmou que o município estava "em choque".

A autarquia decretou três dias de luto municipal em memória da vereadora, destacando a sua "dedicação ao serviço público, pela proximidade às pessoas e pelo compromisso com o desenvolvimento" do concelho.

A tragédia suscita um debate sobre a violência filioparental, um fenómeno que, segundo a psicóloga Neusa Patuleia, está frequentemente associado a perturbações mentais graves e exige uma intervenção sistémica.