A magistratura portuguesa está de luto pela morte de Maria Laura Santana Maia, a primeira mulher a ser nomeada juíza conselheira do Supremo Tribunal de Justiça. O seu percurso pioneiro é recordado como um marco na consolidação da posição das mulheres na justiça em Portugal.\n\nMaria Laura Santana Maia Leonardo, falecida aos 88 anos, ocupa um lugar de destaque na história do poder judicial português. Em 2004, quebrou uma barreira significativa ao tornar-se a primeira mulher nomeada Juíza Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, um marco alcançado trinta anos após o fim da ditadura.
A sua carreira é descrita como uma "notável referência", marcada por rigor intelectual, elegância e um profundo sentido de serviço público. O Conselho Superior da Magistratura destacou o seu papel pioneiro numa época em que poucas mulheres ocupavam cargos de relevo na magistratura, elogiando a sua "inteligência, rigor e profundo sentido de justiça". Natural de Ponte de Sor, superou desafios pessoais, ficando viúva aos 30 anos com dois filhos, e decidiu retomar os estudos, licenciando-se em Direito pela Universidade de Coimbra aos 36 anos. A sua carreira iniciou-se em 1980, tendo sido nomeada desembargadora no Tribunal da Relação de Évora em 1995. A sua vida e carreira são vistas como um testemunho de coragem e perseverança, servindo de exemplo para as gerações futuras.
O seu funeral realizou-se em Ponte de Sor.
Em resumoO falecimento de Maria Laura Santana Maia, aos 88 anos, marca o fim de uma era pioneira na magistratura portuguesa. Como primeira Juíza Conselheira do Supremo Tribunal, o seu legado é definido pelo seu intelecto, integridade e pelo caminho que abriu para as mulheres em altos cargos da justiça.