Considerado por muitos um visionário e um humanista, Laborinho Lúcio deixou um legado indelével em várias áreas da sociedade portuguesa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou-o como uma “figura cimeira no domínio da Justiça” que esteve “sempre à frente do seu tempo”.

O seu percurso foi marcado pela defesa dos direitos humanos, com especial enfoque nos direitos das crianças, tendo sido um dos membros da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.

A sua visão de uma justiça educativa e não punitiva influenciou gerações de juristas. Várias instituições, como o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, a Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, a UNICEF e a Universidade do Minho — onde foi presidente do Conselho Geral e doutor ‘honoris causa’ —, lamentaram a sua morte, destacando a sua “integridade, sabedoria e dedicação ao serviço público”.

O seu funeral realizou-se em Coimbra, seguido de sepultura na sua terra natal, a Nazaré. A sua filosofia de vida ficou bem expressa numa das suas reflexões: “A vida é um contínuo fantástico, desde que se nasce até que se morre.

Só temos de estar disponíveis”.

A sua partida deixa um vazio no pensamento jurídico e cívico nacional, sendo lembrado como um homem que “coloriu a Justiça” com uma profunda dimensão humana.