A sua morte gerou uma onda de pesar em várias figuras e instituições da sociedade portuguesa, que recordam o seu legado como jurista, pedagogo e humanista. Natural da Nazaré, Álvaro Laborinho Lúcio teve uma carreira multifacetada que deixou uma marca indelével na justiça e na vida cívica portuguesa.

Foi juiz, procurador, Ministro da Justiça no governo de Cavaco Silva e Ministro da República para os Açores.

A sua intervenção estendeu-se para além dos tribunais, sendo também escritor, pedagogo e uma voz pioneira na defesa dos direitos das crianças em Portugal. Recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.

A sua morte foi lamentada por diversas entidades.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, recordou-o como um "homem reto, homem de valores, homem do direito", destacando o seu empenho na "defesa dos mais frágeis".

A Universidade do Minho, onde presidiu ao Conselho Geral entre 2013 e 2017, afirmou que a comunidade académica "ficou hoje muito mais pobre", elogiando a sua "bondade, a humildade, a qualidade da palavra e o humor".

A Associação Portuguesa de Mulheres Juristas também manifestou "profundo pesar".

Os artigos descrevem-no como um "intelectual raro que coloriu a Justiça" e um dos "grandes humanistas do nosso tempo", cuja reflexão e intervenção cívica farão falta.

As cerimónias fúnebres realizaram-se em Coimbra, onde o corpo esteve em câmara ardente, sendo depois sepultado na sua terra natal, a Nazaré.