Um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) morreu e três outros ficaram feridos durante uma operação de combate ao narcotráfico no rio Guadiana, desencadeando uma vasta operação de busca e reações ao mais alto nível do Estado. O incidente sublinha os perigos crescentes associados ao tráfico de droga na fronteira sul de Portugal. A morte do Cabo Pedro Manata e Silva, de 50 anos, ocorreu na madrugada de 28 de outubro, perto de Alcoutim, quando a embarcação de patrulha da Unidade de Controlo Costeiro da GNR foi abalroada deliberadamente por uma lancha de alta velocidade, vulgarmente conhecida como “narcolancha”. O militar, que seguia de pé a dar ordens de paragem, sofreu ferimentos fatais na cabeça.
A lancha dos suspeitos incendiou-se e estes puseram-se em fuga.
O incidente desencadeou uma complexa operação de busca conjunta entre as autoridades portuguesas e espanholas para localizar os responsáveis, que envolveu buscas no rio e em terra. Dois suspeitos de nacionalidade espanhola foram detidos na fronteira, em Vila Real de Santo António, mas acabaram por ser libertados por falta de provas que os ligassem diretamente ao abalroamento, embora tenham sido constituídos arguidos noutro processo.
A lancha usada pelos traficantes foi posteriormente retirada do rio para ser submetida a perícias pela Polícia Judiciária.
O caso gerou uma onda de consternação nacional, com homenagens na Assembleia da República e notas de pesar do Presidente da República, do Governo e de várias associações da GNR, que pediram mais meios e medidas para proteger os militares. Coincidentemente, no dia da tragédia, o Presidente da República promulgou um novo diploma que criminaliza a posse e uso de embarcações de alta velocidade sem autorização, numa tentativa de reforçar o combate ao narcotráfico.
Em resumoA morte trágica de um militar da GNR no rio Guadiana, durante uma perseguição a uma lancha de narcotraficantes, realçou a perigosidade do combate ao crime organizado. O incidente motivou uma extensa operação de busca, reações políticas de pesar e compromisso na captura dos responsáveis, e a promulgação de legislação para controlar o uso de embarcações de alta velocidade.