O caso, que remonta a 2025, continua a gerar um intenso debate sobre a atuação policial em bairros sensíveis e a relação entre as forças de segurança e as comunidades.
Durante a terceira sessão do julgamento, várias testemunhas, incluindo moradores que assistiram aos acontecimentos, afirmaram que a vítima, Odair Moniz, não tinha qualquer arma nas mãos no momento em que foi alvejado. Uma testemunha declarou ter visto Odair "levantar os braços e pedir que não o algemassem", enquanto outra, que observou da sua janela, foi perentória ao afirmar que "entre o primeiro e o segundo disparo o Odair não tinha nada nas mãos". Estes depoimentos contrariam frontalmente a tese da defesa e a do agente que acompanhava o arguido, que sustentam que a vítima estaria exaltada e empunhava um punhal, o que teria justificado os disparos como legítima defesa.
A discrepância entre as versões levanta suspeitas, entre alguns setores, de que a arma possa ter sido colocada no local após o incidente.
O tribunal continua a ouvir testemunhas para apurar os factos, num caso que se tornou emblemático das tensões sociais e raciais em Portugal, com o movimento Vida Justa a acompanhar de perto o desenrolar do processo judicial.













