O casal, ambos com 88 anos, foi encontrado sem vida na sua residência, que ficou submersa devido às chuvas torrenciais que assolaram a região.

As vítimas ficaram encurraladas no quarto onde dormiam, não conseguindo escapar à subida rápida das águas.

A tragédia foi agravada pelo facto de a habitação se situar numa zona de construção ilegal, já sinalizada pelas autoridades como sendo de risco para inundações. Este contexto levantou um intenso debate sobre as falhas no planeamento urbano e a proliferação de bairros de génese ilegal, que ignoram as condições de drenagem natural. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou as mortes, salientando que a tragédia "evidencia as condições sociais e de habitação em que vivem muitos idosos".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, também expressou a sua "profunda tristeza".

As autoridades locais, incluindo o presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, e o presidente da Junta de Freguesia de Fernão Ferro, Rui Pereira, confirmaram que a casa não reunia "as condições básicas para ser legalizada", inserindo-se num padrão de crescimento desordenado da freguesia após o 25 de Abril. O caso suscitou ainda a solidariedade do Bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, e colocou na agenda mediática a necessidade urgente de encontrar soluções para o problema da habitação precária e do apoio à população mais envelhecida e vulnerável.