O início do julgamento do homem acusado de um triplo homicídio numa barbearia na Penha de França, em Lisboa, em outubro de 2024, trouxe a tribunal o relato de um crime brutal que vitimou três pessoas. Os testemunhos emotivos de sobreviventes e a postura do arguido marcam as primeiras sessões, centrando a atenção pública na violência urbana e na saúde mental. O arguido, de 33 anos, diagnosticado com esquizofrenia mas considerado imputável pelo Instituto de Medicina Legal, optou por permanecer em silêncio na primeira sessão. Ele é acusado de matar a tiro o proprietário da barbearia, Carlos Pina, de 43 anos, e um casal de clientes, Bruno Neto, de 36 anos, e Fernanda Júlia, de 34, que se encontrava grávida. O crime terá sido espoletado pelo facto de o arguido não ter sido atendido de imediato.
O julgamento contou com o testemunho emotivo de Fábio Ferreira, o barbeiro que sobreviveu ao ataque, que recordou como se baixou para escapar a um disparo e as marcas psicológicas que o incidente lhe deixou, afirmando: "Deixei de passear com o meu filho na rua". Outra testemunha ouvida foi um amigo de infância do arguido, que o acompanhava no dia do crime.
Este relatou que fugiu em pânico após o primeiro disparo, por temer pela própria vida, e descreveu o arguido como uma pessoa instável devido à sua doença mental.
O caso, pela sua extrema violência e motivo aparentemente fútil, levanta um profundo debate sobre a segurança urbana, o acesso a armas de fogo e a intersecção entre o sistema de saúde mental e a justiça criminal em Portugal.
Em resumoO julgamento do triplo homicídio na barbearia da Penha de França expõe a brutalidade de um crime que ceifou três vidas, focando-se nos relatos traumáticos dos sobreviventes e no perfil do arguido, o que suscita uma reflexão nacional sobre a violência, a saúde mental e a eficácia do sistema judicial.