Os suicídios representam uma parte significativa destes óbitos, evidenciando a necessidade de mais meios para a saúde mental no sistema prisional.
Em 2024, mais de 60 pessoas morreram enquanto se encontravam sob custódia do Estado, um número consistente com a média anual.
No ano anterior, registaram-se 65 mortes, das quais nove foram por suicídio.
Segundo Jorge Monteiro, responsável pelo Centro de Estudos, Investigação e Planeamento da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), os suicídios são apenas a "ponta do icebergue" de um problema mais vasto de saúde mental entre a população reclusa. Embora afirme que um programa de prevenção está a conseguir travar o aumento dos suicídios, a falta de meios continua a ser um obstáculo significativo. A situação reflete as condições de vida e o estado psicológico de muitos reclusos, que enfrentam desafios como o isolamento, a sobrelotação e o acesso limitado a cuidados de saúde adequados. A estabilização do número de mortes, em vez de uma diminuição, sugere que as medidas implementadas podem ser insuficientes para abordar a complexidade dos problemas de saúde física e mental no sistema prisional. A questão levanta um debate sobre a responsabilidade do Estado em garantir a vida e a integridade dos cidadãos privados de liberdade e a urgência de investir em melhores condições e apoio psicossocial.












