Diferentes fontes oficiais e organizações não-governamentais apresentam números que, embora ligeiramente distintos, confirmam a persistência de um grave problema social.
O Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) registou, até 15 de novembro, o assassinato de 24 mulheres, classificando 21 desses casos como femicídios, ou seja, crimes motivados pelo facto de as vítimas serem mulheres. O relatório da UMAR detalha ainda a ocorrência de 50 tentativas de assassinato.
Os dados indicam que todos os homicídios registados foram cometidos por homens.
Uma análise mais aprofundada revela que em 12 dos casos havia um historial de violência doméstica prévia, e em quatro deles já tinha sido feita denúncia às autoridades, o que levanta questões sobre a eficácia do sistema de proteção. Em paralelo, a Guarda Nacional Republicana (GNR) contabilizou, no mesmo período, 13 mortes em contexto de violência doméstica (11 mulheres e dois homens), resultantes de mais de 10.251 crimes registados. A PSP, por sua vez, registou quase 15.000 queixas de violência doméstica este ano e deteve 1.157 suspeitos.
A disparidade nos números pode dever-se a diferentes metodologias de contagem, mas ambos os conjuntos de dados pintam um quadro sombrio da violência contra as mulheres no país.














