Portugal registou um excesso de mortalidade significativo no início de dezembro, com centenas de óbitos acima do esperado, um fenómeno que as autoridades de saúde associam à epidemia de gripe. Os dados revelam um aumento acentuado de novos casos e de mortes, especialmente na população mais idosa. No início de dezembro, registaram-se cerca de 1.000 mortes a mais do que no período homólogo do ano anterior. Apenas na semana entre 6 e 14 de dezembro, contabilizaram-se 600 óbitos acima do previsto.
Este excesso de mortalidade por todas as causas foi mais acentuado nas regiões Norte, Centro e Alentejo.
Em paralelo, os números da gripe mostram uma escalada preocupante: numa única semana, foram reportados mais de 1.200 novos casos e cerca de 600 mortes associadas à infeção. A faixa etária mais afetada é a dos maiores de 70 anos.
A epidemia já levou ao internamento de 46 doentes nos cuidados intensivos.
Os especialistas alertam que o pico da gripe deverá ocorrer entre o Natal e o Ano Novo, prevendo-se uma pressão acrescida sobre os serviços de saúde.
A combinação do frio e da circulação do vírus da gripe é apontada como a principal causa para este aumento da mortalidade.
Em resumoO aumento do número de mortes em Portugal no final do ano está diretamente ligado à severidade da epidemia de gripe, que afeta desproporcionalmente os mais velhos. Os dados sublinham a importância da vigilância epidemiológica e da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde durante os picos sazonais de doenças respiratórias.