A tragédia expôs o funcionamento ilegal da instituição, que foi subsequentemente encerrada pelas autoridades.

O ataque ocorreu de forma inesperada na noite de sábado, quando, segundo a GNR, “um homem, de 92 anos, de forma inesperada, começou a agredir utentes, com recurso a um ferro”. As agressões resultaram na morte de um homem de 96 anos e em ferimentos noutros dois utentes, um homem de 68 anos e uma mulher de 60. O agressor foi internado num serviço de psiquiatria de um hospital da região.

O incidente revelou uma grave falha de supervisão, uma vez que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social confirmou que o estabelecimento estava “a funcionar ilegalmente”, sem a devida licença da Segurança Social. Em resposta à tragédia e à ilegalidade detetada, a Segurança Social de Beja procedeu ao encerramento imediato do lar e retirou todos os utentes, que foram realojados noutras instituições. Este caso levanta sérias questões sobre a fiscalização de lares de idosos em Portugal e a proteção de uma população particularmente vulnerável, evidenciando os riscos associados a estruturas que operam à margem da lei, sem as condições de segurança e de pessoal qualificadas para lidar com residentes, incluindo aqueles com possíveis perturbações psiquiátricas. A comunidade local ficou chocada com o acontecimento, descrito como “um caso estranho” e de uma violência inusitada para o contexto.