Numa conferência de imprensa conjunta em Jerusalém, as duas organizações apresentaram relatórios que, segundo afirmam, documentam um “ataque coordenado a todos os aspetos da vida dos palestinianos” que cumpre os critérios da Convenção de Genebra para o genocídio. Yuli Novak, diretora executiva da B’Tselem, afirmou que a realidade no terreno “não deixa outra alternativa senão reconhecer a verdade: Israel está a cometer genocídio contra os palestinianos da Faixa de Gaza”. Novak descreveu um “longo processo de desumanização dos palestinianos” na sociedade israelita, que resultou numa “combinação aterradora de circunstâncias”. A B'Tselem publicou um relatório que compila declarações de altos responsáveis políticos e militares israelitas que apelam à destruição da sociedade palestiniana. Por sua vez, a Médicos pelos Direitos Humanos Israel (PHRI) focou-se nas consequências médicas da ofensiva, concluindo que estas também sustentam a acusação de genocídio. Daphna Shochat, representante da PHRI, sublinhou que “neste momento, é especialmente importante chamar as coisas pelo nome”. Estas acusações surgem num contexto em que o número de mortos em Gaza, segundo as autoridades locais, já ultrapassa os 60 mil. A denúncia por parte de entidades israelitas confere um novo peso às acusações já feitas por organizações internacionais e pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça.
