Esta decisão poderá ser concluída em setembro, durante a semana de Alto Nível da 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, alinhando Portugal com uma crescente vaga de países europeus. A iniciativa surge após a participação de Portugal numa conferência da ONU sobre a solução de dois Estados e baseia-se na verificação de um conjunto de condições que o Governo tem vindo a exigir.
Entre estas, destacam-se garantias apresentadas pela Autoridade Palestiniana, como a “condenação dos atos terroristas do Hamas e exigência do seu total desarmamento”, a libertação dos reféns, o compromisso com reformas institucionais e a aceitação de um Estado palestiniano desmilitarizado. O ministro Paulo Rangel afirmou que estas garantias, aliadas à disposição de Estados árabes para normalizar relações com Israel, marcam “um ponto de viragem”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, descreveu o processo do Governo como “muito prudente e muito sensato”, salientando que tem acompanhado a ponderação e que existe “uma só política externa”.
No entanto, a decisão gerou reações distintas no espectro político português.
O Bloco de Esquerda, pela voz de Mariana Mortágua, considerou que o Governo “vem tarde neste reconhecimento”, enquanto o PCP defendeu que a decisão “urge e já deveria ter sido concretizada”, considerando que o anúncio é “inseparável da pressão da opinião pública”.