Contudo, a ONU critica a medida, considerando-a dispendiosa, ineficaz e insuficiente para mitigar a fome generalizada que assola o território.
Face à crescente crise humanitária em Gaza, a comunidade internacional procurou alternativas para a entrega de bens essenciais, recorrendo a lançamentos aéreos.
Países como Alemanha, França, Espanha e Itália juntaram-se a nações do Médio Oriente na organização destas missões, enviando toneladas de alimentos e material médico. A Alemanha, por exemplo, lançou 14 toneladas de ajuda, enquanto a França programou voos com um total de 40 toneladas.
Apesar da visibilidade mediática destas operações, a sua eficácia é fortemente questionada por especialistas e organizações no terreno.
Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), foi um dos críticos mais vocais, sublinhando que os lançamentos aéreos são "pelo menos 100 vezes mais caros do que os camiões" e que estes últimos "transportam o dobro da ajuda dos aviões".
Lazzarini classificou a medida como "dispendiosa, ineficaz" e alertou que poderia até "matar civis esfomeados".
O próprio governo alemão, através do seu chefe da diplomacia, admitiu que a ajuda fornecida está "longe de ser suficiente para aliviar a situação de emergência". A controvérsia expõe o dilema entre a necessidade de agir perante a fome e a dificuldade em implementar soluções verdadeiramente eficazes, como a abertura total e segura das passagens terrestres, que continuam a ser a forma mais eficiente de levar ajuda em grande escala à população necessitada.