A discussão polariza a opinião internacional e coloca em perspetiva a legalidade e a moralidade da ofensiva militar.
O debate sobre a qualificação jurídica das ações de Israel em Gaza intensificou-se, com a palavra "genocídio" a ser utilizada por um número crescente de vozes críticas. Raul Manarte, um psicólogo português a trabalhar com os Médicos Sem Fronteiras no terreno, foi categórico: "O que se passa aqui é um genocídio.
Já estive em guerras e isto aqui é diferente".
A sua perspetiva é partilhada por figuras académicas, incluindo o escritor israelita e estudioso do Holocausto, Omer Bartov, que afirmou ao diário italiano La Repubblica não poder "evitar usar" o termo, embora o fizesse "com uma dor imensa e de coração partido".
O próprio Hamas acusa os Estados Unidos de serem "cúmplices" no crime.
No entanto, a aplicação do termo não é consensual.
O especialista em direito internacional Stefan Talmon, em entrevista à Euronews, argumentou que, apesar da devastação, não existem provas suficientes da intenção de Israel de cometer genocídio, um elemento crucial para a definição legal do crime. Esta polarização reflete a profunda divisão na comunidade internacional sobre como interpretar a escala da destruição e das mortes de civis em Gaza, com implicações significativas para a responsabilização e a justiça internacional.