Em contrapartida, comentadores e organizações no terreno defendem a veracidade da catástrofe humanitária e exigem acesso para a imprensa internacional. A veracidade da crise de fome em Gaza tornou-se um campo de batalha narrativo. O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, negou a existência de fome generalizada, descrevendo as imagens chocantes como "propaganda do Hamas". Numa declaração controversa, ironizou: "Esta é a primeira situação humanitária de fome em toda a história do mundo em que só crianças sofrem e adultos não sofrem".
Alegou ainda que a magreza de algumas crianças se deve a doenças pré-existentes.
Esta posição contrasta fortemente com os relatórios de agências da ONU, ONG e testemunhos no terreno.
O comentador Tiago André Lopes refutou o argumento do embaixador, explicando as razões fisiológicas para a maior vulnerabilidade das crianças à subnutrição: "As crianças são mais pequenas e têm menos reservas calóricas e, portanto a fome atinge-as mais rápido".
A disputa sobre os factos levou a apelos por maior transparência.
O comentador Azeredo Lopes desafiou Israel, afirmando que "se a versão do Hamas é mentirosa, então abram-se as portas aos jornalistas que querem ir à Faixa de Gaza".
Esta guerra de informação complica a perceção pública do conflito e os esforços diplomáticos, com cada lado a acusar o outro de manipulação para fins políticos.