A decisão surge na sequência de movimentos semelhantes de outros países ocidentais como França, Reino Unido e Canadá, que aumentam a pressão sobre Israel para uma solução de dois Estados.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, informou que irá auscultar o Presidente da República e os partidos políticos sobre a matéria, com vista a uma possível conclusão do processo durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.
A embaixadora da Palestina em Lisboa, Rawan Suleiman, saudou a iniciativa como "importante e corajosa", considerando-a um passo para "defender a paz e a justiça". Em contrapartida, o embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, classificou a intenção como um "prémio para os terroristas" e um "erro".
O debate reflete uma divisão profunda: por um lado, a crença de que o reconhecimento fortalece a Autoridade Palestiniana e a via diplomática; por outro, o receio de que a medida legitime o Hamas, que se sentiu "um pouco empoderado" por estas declarações, e endureça as suas posições negociais, potencialmente prolongando a guerra.
Candidatos presidenciais portugueses como Luís Marques Mendes e António José Seguro apoiaram a decisão, enquanto António Filipe, do PCP, considerou-a tardia.