A ONU alertou que uma ocupação total do enclave teria “consequências catastróficas”, enquanto eurodeputados de vários grupos políticos exigem a suspensão das relações comerciais com o Estado hebraico. Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança, o subsecretário-geral da ONU, Miroslav Jenca, foi claro ao afirmar que a expansão das operações militares israelitas seria “catastrófica” e que “o direito internacional é claro a este respeito: Gaza é e deve permanecer parte integrante de um futuro Estado palestiniano”.
Este aviso surge em resposta direta aos planos noticiados do governo de Benjamin Netanyahu para assumir o controlo militar total do território.
Paralelamente, no Parlamento Europeu, quarenta eurodeputados, incluindo os socialistas portugueses Marta Temido e Bruno Gonçalves, subscreveram uma carta dirigida aos líderes da UE pedindo a suspensão das relações comerciais com Israel devido às “constantes violações do direito internacional”.
A missiva condena a violência dos colonos na Cisjordânia e o uso da fome como arma em Gaza. A credibilidade da UE está em jogo, como advertiu um ex-embaixador europeu, que alertou que a aplicação inconsistente do direito internacional está a prejudicar as relações da Europa com o Sul Global. Apesar da crescente pressão, diplomatas da UE confirmaram que ainda não há consenso para aplicar sanções, com países como a Alemanha e a Itália a preferirem “continuar o diálogo”.