A iniciativa, que se segue a um anúncio de França, é vista pelos seus defensores como um passo crucial para a paz, mas criticada por outros como um gesto que pode prolongar o conflito.
O governo português anunciou que vai ouvir o Presidente da República e os partidos sobre o tema, sublinhando que qualquer decisão será tomada em concertação com outros países e dependerá do cumprimento de certas condições pela Autoridade Palestiniana. A embaixadora da Palestina em Portugal, Rawan Sulaiman, afirmou em entrevista que o reconhecimento “é um não ao assassínio, ao genocídio, à ocupação” e o início de uma “solução política”. No entanto, a perspetiva de um reconhecimento unilateral gerou reações adversas.
O Hamas endureceu a sua posição negocial após os anúncios europeus, levando alguns analistas a questionar se a medida não estaria a ser contraproducente.
Em Israel, a notícia foi recebida com indignação, assim como nos Estados Unidos, seu principal aliado.
O debate reflete uma divisão profunda: de um lado, a urgência de dar um horizonte político aos palestinianos como forma de pressão por uma paz justa; do outro, o receio de que o reconhecimento legitime atores como o Hamas e incentive a continuação da violência, em vez de promover uma solução negociada e segura para ambos os lados.