Michael Fakhri, relator especial da ONU para o direito à alimentação, afirmou de forma contundente: “Israel está a matar Gaza à fome.
É genocídio”.
As suas palavras ecoam as de outras agências da ONU, que alertam que mais de um terço dos habitantes de Gaza passa dias sem comer. A situação é agravada pelo facto de, segundo as Nações Unidas, mais de 22 mil camiões de ajuda humanitária estarem bloqueados nas fronteiras. O Hamas tem utilizado esta tragédia na sua propaganda, divulgando vídeos de reféns israelitas emaciados com a mensagem de que “eles comem o que nós comemos”, numa tentativa de pressionar o governo de Netanyahu. Em resposta, Israel nega as acusações de que impede a entrada de alimentos, culpando o Hamas pelo desvio da ajuda e a ONU pela distribuição ineficiente. O Presidente israelita, Isaac Herzog, declarou que há centenas de camiões à espera para entrar, enquanto o exército anuncia operações de lançamento aéreo de alimentos.
No entanto, estas medidas são consideradas insuficientes e perigosas pelas organizações no terreno, que as descrevem como “caras e ineficazes”.
A controvérsia adensa-se com relatos de ataques israelitas mortais contra civis que se aglomeram perto dos poucos pontos de distribuição de ajuda.