Médicos que atuam na Faixa de Gaza denunciam um "colapso total" do sistema de saúde, afirmando que já não existe um sistema funcional no enclave. A falta de recursos básicos, os ataques sistemáticos a hospitais e a detenção e tortura de profissionais de saúde criaram uma situação humanitária insustentável. Numa conferência de imprensa virtual, profissionais de saúde descreveram um cenário desolador. Mohammed Abu Mughaisib, coordenador médico adjunto dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Gaza, foi categórico: "Não há sistema de saúde em Gaza, temos de parar de dizer que o sistema de saúde em Gaza entrou em colapso, porque não existe nenhum sistema de saúde em Gaza".
Os médicos relatam que a falta de medicamentos básicos os obriga a tomar decisões sobre quem recebe tratamento e quem fica apenas com um simples analgésico.
Estão exaustos, passando dias sem comer e com dificuldade em encontrar água potável.
A situação é agravada pela violência direta contra o sistema de saúde.
Lina Qassam Hassan, presidente da organização Médicos pelos Direitos Humanos em Israel, denunciou que mais de 300 médicos, enfermeiros e paramédicos foram detidos, com mais de 100 ainda em cativeiro. A responsável acusou as forças israelitas de tortura, espancamentos, privação de sono e agressões psicológicas e sexuais contra os profissionais detidos.
Segundo Hassan, estas detenções em massa fazem parte de "uma estratégia mais ampla para destruir as infraestruturas médicas" em Gaza, uma situação que descreve como "equivalente a um genocídio".
Em resumoO sistema de saúde em Gaza colapsou totalmente, segundo médicos no terreno. Relatam uma ausência total de recursos, o que os força a racionar cuidados básicos, enquanto enfrentam exaustão, ataques a instalações e a detenção e alegada tortura massiva de pessoal médico.