As organizações humanitárias atribuem o agravamento da crise ao bloqueio imposto por Israel, que restringiu severamente a entrada de alimentos, medicamentos e combustível.

A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que Gaza enfrenta "o pior cenário possível de fome", com mais de um terço da população a passar dias sem comer. A ONG Save The Children foi mais contundente, afirmando que "pelo menos 100 crianças morreram de fome a poucos quilómetros de ajuda alimentar".

Ahmad Alhendawi, diretor da ONG, descreveu a situação como uma "cicatriz moral na nossa humanidade partilhada", considerando a tragédia "totalmente previsível e evitável".

A organização acusa Israel de usar a fome como "método de guerra", o que constitui um crime de guerra segundo o direito internacional. Embora Israel tenha anunciado "pausas humanitárias", as autoridades locais e as organizações no terreno relatam que a ajuda que entra é insuficiente, com uma média de 270 camiões por dia, muito abaixo dos 500 necessários para cobrir as necessidades básicas.

A situação é agravada pelo facto de grande parte da carga ser saqueada antes da distribuição, devido ao desespero da população.