A falta de um plano consensual para o “dia seguinte” à guerra ameaça prolongar a instabilidade e o sofrimento no enclave.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, delineou um plano que rejeita o controlo tanto do Hamas como da AP.

A sua proposta, embora vaga, sugere a criação de uma “administração civil alternativa” que seria entregue a “forças árabes que a governem” sem ameaçar Israel.

Esta visão contrasta diretamente com a da Autoridade Palestiniana.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da AP, Varsen Aghabekian, afirmou inequivocamente que a AP “deveria ser a entidade a exercer o poder político” e legal em Gaza após a realização de eleições. Aghabekian também defendeu que o Hamas deveria depor as armas, pois “a Palestina não vai ser um Estado armado”.

No meio destas posições antagónicas, a comunidade internacional, liderada pela França, propôs a criação de uma “força de estabilização” internacional, uma ideia apoiada pela AP. Surpreendentemente, uma fonte egípcia revelou que o Hamas “mostrou flexibilidade” em relação à presença de uma força internacional, desde que integrada num acordo global para o fim da guerra. Esta complexa teia de interesses e rejeições mútuas dificulta a formulação de uma solução viável.

Enquanto Israel se opõe firmemente ao regresso da AP a Gaza, a AP recusa qualquer plano que a exclua, e o papel futuro do Hamas permanece uma incógnita, apesar da sua aparente abertura a uma presença internacional.