A estratégia visa atacar o Hamas de "forma decisiva", mas acarreta riscos significativos para civis e reféns.

O plano, que prevê o cerco e controlo operacional da Cidade de Gaza, implicando a deslocação da sua população, foi recebido com severas críticas por parte do chefe do Estado-Maior das FDI, o tenente-general Eyal Zamir. Este alertou que a expansão das operações “arrastaria Israel para um buraco negro”, considerando-a desnecessária do ponto de vista militar, uma vez que os objetivos iniciais da operação já tinham sido “atingidos e até excedidos”. Zamir sublinhou que o Hamas, embora degradado como força militar convencional, adotou táticas de guerrilha, o que torna uma campanha alargada num ambiente urbano denso extremamente arriscada, conduzindo inevitavelmente a mais baixas israelitas.

Além disso, a ofensiva coloca em perigo a vida dos reféns restantes, cuja maioria foi libertada durante um cessar-fogo e não através de ação militar. A análise militar sugere que Israel não possui pessoal suficiente para implementar a estratégia de “limpar, manter e construir” em toda a Faixa de Gaza, necessitando de tropas também para a Cisjordânia. A intensificação dos bombardeamentos na Cidade de Gaza, que já causaram dezenas de mortos nos últimos dias, marca o início desta controversa fase da guerra, que aprofunda o conflito sem um plano claro para o futuro do enclave.