A decisão intensifica o conflito e gera apreensão internacional sobre as consequências humanitárias.

A escalada militar de Israel materializou-se com a aprovação, pelo ministro da Defesa Israel Katz, de um plano para ocupar a Cidade de Gaza, o maior centro urbano do enclave. A operação prevê a convocação de cerca de 60.000 reservistas, que se juntarão às tropas no ativo, indicando a iminência de uma nova e violenta fase da guerra. O plano inclui a potencial expulsão de toda a população da cidade, estimada em cerca de um milhão de pessoas, o que agravaria drasticamente a já catastrófica crise humanitária. A decisão surge apesar dos esforços diplomáticos em curso para um cessar-fogo, sinalizando que o governo de Benjamin Netanyahu parece priorizar a via militar.

Esta estratégia, no entanto, não é consensual dentro da própria estrutura de defesa israelita.

O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (IDF), Eyal Zamir, opôs-se à expansão, alertando que um plano de ocupação “arrastaria Israel para um buraco negro” e que os objetivos militares já tinham sido “atingidos e até excedidos”.

A comunidade internacional reagiu com alarme.

O presidente francês, Emmanuel Macron, advertiu que a ofensiva “levará a região a uma guerra permanente”, uma preocupação partilhada por líderes árabes como os do Egito e da Jordânia.

A ofensiva arrisca-se não só a causar um número massivo de vítimas civis, mas também a comprometer a segurança dos reféns ainda detidos pelo Hamas e a incendiar ainda mais uma região já volátil.