O desespero das famílias transformou-se num poderoso movimento social e político.
Uma manifestação em Telavive reuniu cerca de 400.000 pessoas, que exigiram o fim da guerra e um acordo para o regresso dos cativos.
A contestação incluiu greves nacionais em setores como o comércio e os transportes, demonstrando a amplitude do descontentamento com a gestão do conflito por parte do governo.
A resposta de Netanyahu foi dura, acusando os manifestantes de “reforçarem o movimento islamita palestiniano Hamas e de atrasarem a libertação dos nossos reféns”.
Esta declaração evidencia a profunda divisão na sociedade israelita.
De um lado, estão aqueles que, como as famílias dos reféns, sentem que o tempo se está a esgotar e que a via militar põe em risco a vida dos 49 reféns ainda detidos (dos quais 27 estarão mortos). Do outro, está o governo e os seus apoiantes, que insistem na necessidade de uma vitória militar total sobre o Hamas. A posição do Presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que os reféns não regressarão “enquanto o Hamas não for confrontado e destruído”, alinha-se com a retórica do governo israelita, mas colide com a urgência sentida por muitos cidadãos.
O dilema entre a negociação e a ação militar continua a ser o principal ponto de tensão política interna em Israel.














