Esta declaração, baseada na análise do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC), intensifica a pressão internacional sobre Israel para permitir o acesso humanitário irrestrito. A declaração surge após meses de alertas de que mais de meio milhão de pessoas enfrentavam condições catastróficas. O relatório do IPC, um organismo da ONU, confirmou que a fome já está em curso na província de Gaza e prevê que se estenda às províncias de Deir el-Balah e Khan Yunis até ao final de setembro, altura em que mais de 600 mil palestinianos poderão atingir o nível máximo de subnutrição. Em resposta, quatro agências da ONU – UNICEF, FAO, PAM e OMS – emitiram um comunicado conjunto sublinhando a urgência de uma resposta humanitária imediata e em larga escala para travar a fome "a todo o custo".

Os diretores das agências foram contundentes nas suas declarações.

Catherine Russell, da UNICEF, afirmou: “Não há tempo a perder.

Sem um cessar-fogo imediato e acesso humanitário total, a fome irá alastrar-se e mais crianças morrerão”. Cindy McCain, do PAM, lembrou que “os alertas de fome têm sido claros há meses”, e Tedros Ghebreyesus, da OMS, classificou a situação como uma “fome criada pelo homem”, declarando que “um cessar-fogo é agora um imperativo absoluto e moral”. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reforçou este apelo, exigindo um cessar-fogo imediato, a libertação de todos os reféns e acesso humanitário sem restrições.