Esta negação agudiza o confronto diplomático entre Israel e as organizações internacionais sobre a realidade da crise humanitária no enclave.
Num comunicado oficial, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita afirmou categoricamente que "não há fome em Gaza", acusando o IPC, organismo da ONU responsável pela análise, de ignorar as suas próprias regras e de basear o seu relatório "nas mentiras do Hamas, branqueadas por organizações com interesses particulares". A diplomacia israelita argumenta que, nas últimas semanas, a Faixa de Gaza "foi inundada por um afluxo maciço de ajuda em bens de primeira necessidade, o que provocou uma forte queda de preços", e que todas as previsões anteriores do IPC se revelaram "infundadas e totalmente falsas".
O Cogat, órgão do Ministério da Defesa israelita que supervisiona os assuntos civis nos territórios palestinianos, ecoou esta posição, descrevendo o relatório como "falso e tendencioso" e afirmando que este não reflete a realidade no terreno nem os esforços israelitas para "estabilizar a situação humanitária". Esta postura de negação total contrasta de forma gritante com os apelos desesperados de múltiplas agências da ONU e organizações não-governamentais que operam no terreno, que descrevem uma catástrofe humanitária de proporções históricas, com mortes diárias por subnutrição e doenças relacionadas.














