Organizações como a Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a Amnistia Internacional acusam Israel de usar a fome e a privação de recursos essenciais como arma de guerra. A MSF acusou Israel de "privar deliberadamente" a população de Gaza de água, alegando que o exército israelita danificou repetidamente as condutas de água e está a bloquear a importação de equipamento essencial para o tratamento e distribuição.

A organização estima que 70% da água que entra no enclave se perde devido a fugas na rede danificada pelos bombardeamentos.

Esta escassez tem consequências sanitárias graves, com as equipas da MSF a registarem mais de mil consultas semanais por diarreia aquosa aguda e um aumento de doenças de pele como a sarna.

Paralelamente, a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) alertou que a subnutrição infantil triplicou desde março.

Na Cidade de Gaza, "quase uma em cada três crianças está subnutrida, seis vezes mais do que antes do cessar-fogo".

O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que, se nada for feito, estas crianças "estão condenadas à morte".

A Amnistia Internacional corrobora estas denúncias, acusando Israel de levar a cabo uma "campanha deliberada de fome". O número de mortes por desnutrição já ultrapassa as 269, incluindo 112 menores, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.