A UNICEF lançou um alerta severo sobre o aumento exponencial da desnutrição infantil na Faixa de Gaza, com o número de casos diagnosticados a saltar de aproximadamente 2.000 em fevereiro para perto de 13.000 em julho, um indicador devastador do colapso humanitário no território. A porta-voz da UNICEF para o Médio Oriente, Tess Ingram, descreveu a situação como "um aumento muito grande num curto espaço de tempo" e advertiu que, em locais como Khan Yunis, muitas crianças "deverão passar fome nas próximas semanas" se a situação não se alterar. A agência da ONU para a infância detalhou as consequências físicas devastadoras da má nutrição, relatando ter encontrado "crianças com 2 anos que costumavam andar, mas que já não andam, crianças que estão a perder a visão, cujo cabelo caiu e crianças que estão tão fracas que não conseguem chorar ou falar". A UNICEF e outras agências da ONU, como a UNRWA, sublinham que esta crise não se deve à falta de alimentos a nível global, mas sim à "falta de acesso aos alimentos" dentro de Gaza, causada pelo bloqueio e pelas restrições impostas por Israel.
A solução, segundo Ingram, é simples: "deixar a ajuda entrar".
A UNRWA corroborou estes dados, indicando que na Cidade de Gaza, "quase uma em cada três crianças está subnutrida, seis vezes mais do que antes do cessar-fogo" de março. Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, afirmou que, sem uma ação política para reverter o bloqueio, "mais crianças morrerão".
Em resumoO aumento dramático da desnutrição infantil em Gaza, documentado pela UNICEF, é uma das consequências mais trágicas da guerra e do bloqueio. Os dados sublinham a urgência de um acesso humanitário total e sem restrições para prevenir uma mortalidade infantil em massa e reverter uma crise que as agências da ONU insistem ser totalmente evitável.