Esta crise, descrita como "provocada pelo Homem", gera acusações contra Israel e apelos urgentes da comunidade internacional.

A Organização das Nações Unidas, através do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC), confirmou a existência de fome na província de Gaza, alertando que a situação se poderá alastrar a Deir al-Balah e Khan Yunis. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, foi contundente, afirmando que "a fome da população civil nunca deve ser utilizada como método de guerra".

Em contrapartida, Israel e os Estados Unidos rejeitaram as conclusões do relatório, classificando-o como "fabricado" e politizado, com Israel a exigir a sua retirada imediata.

A situação no terreno é dramática, com o Ministério da Saúde de Gaza a reportar mais de 320 mortes por fome e subnutrição, na sua maioria crianças. A UNICEF corroborou a gravidade da situação, revelando um aumento exponencial de casos de subnutrição infantil, que passaram de 2.000 em fevereiro para quase 13.000 em julho.

Organizações não-governamentais, como a Save the Children, descrevem um cenário desolador nos hospitais, onde "crianças jazem ali, emaciadas, literalmente a definhar".

A causa principal apontada pela ONU é a "obstrução sistemática de Israel" à entrada de ajuda humanitária, uma acusação ecoada pelo governo do Canadá, que responsabilizou diretamente as ações militares israelitas pela fome.