As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza encontram-se num impasse, com o Hamas a aceitar uma proposta dos mediadores que Israel ainda não respondeu oficialmente. A crescente pressão interna em Israel, através de manifestações massivas, contrasta com a aparente relutância do governo de Netanyahu em avançar com um acordo. Uma proposta elaborada pelos mediadores — Egito, Qatar e Estados Unidos — que prevê uma trégua inicial de 60 dias com a libertação faseada de reféns em troca de prisioneiros palestinianos, foi aceite pelo Hamas na semana passada. No entanto, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, afirmou que continuam "à espera de uma resposta" de Israel e que as declarações recentes não inspiram confiança num desfecho positivo. A falta de resposta oficial de Israel é agravada por relatos de que o gabinete de segurança israelita se reuniu sem sequer debater a proposta de cessar-fogo, o que sugere uma vitória da linha dura do governo, focada na continuação da ofensiva militar.
Esta postura contrasta fortemente com a pressão popular em Israel.
O Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos tem organizado protestos massivos, bloqueando estradas e reunindo dezenas de milhares de pessoas em Telavive para exigir um acordo que ponha fim à guerra e garanta o regresso dos cativos. Einav Zangauker, mãe de um refém, declarou: "O Governo abandonou-os, mas o povo vai trazê-los de volta".
Em resumoExiste um fosso significativo entre a posição do Hamas, que aceitou uma proposta de trégua de 60 dias, e a do governo israelita, que ainda não respondeu e parece focado nos seus objetivos militares. Este impasse persiste apesar da intensa pressão interna em Israel, com manifestantes e famílias de reféns a exigirem um acordo para acabar com a guerra.