Um controverso plano pós-guerra para Gaza, alegadamente desenvolvido pelos Estados Unidos, propõe uma transformação radical do território sob administração americana temporária, uma ideia veementemente rejeitada pelo Hamas, que afirma que "Gaza não está à venda". Divulgado pelo jornal The Washington Post, o plano de 38 páginas detalha uma visão ambiciosa e polémica para o futuro do enclave palestiniano. A proposta sugere que, após o conflito, Gaza ficaria sob a administração de uma entidade denominada Fundo para a Reconstituição, Aceleração Económica e Transformação de Gaza (Great Trust), liderada pelos EUA, por um período de 10 anos. Durante esta década, o território seria transformado num polo turístico e tecnológico, uma visão que ecoa a ideia do Presidente Donald Trump de transformar Gaza na "Riviera do Médio Oriente", um conceito que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apoiou. O plano prevê a deslocação "voluntária" da população de Gaza, oferecendo compensações financeiras de 5.000 dólares, além de ajuda para renda e alimentação, àqueles que aceitassem sair. Após o período de administração norte-americana, o controlo seria transferido para uma "entidade palestiniana reformada e desradicalizada".
A reação do Hamas foi imediata e inequívoca. Bassen Naim, um alto representante do movimento, declarou a "rejeição do Hamas e do povo" palestiniano ao plano, sublinhando que Gaza é "parte integrante da grande pátria palestiniana".
A proposta surge no contexto de reuniões em Washington, lideradas pelo enviado especial Steve Witkoff, para discutir o futuro de Gaza, encontros que notavelmente não incluíram representantes palestinianos.
O Departamento de Estado dos EUA não comentou oficialmente as informações, mas o plano já foi rejeitado por países árabes, ocidentais e pela ONU.
Em resumoUm alegado plano dos EUA para o pós-guerra em Gaza, que inclui administração americana e a deslocação voluntária da população para transformar o território num polo tecnológico, foi categoricamente rejeitado pelo Hamas, que o considera uma tentativa de vender a soberania palestiniana.