Israel está a reter mais de dois mil milhões de dólares em receitas fiscais devidas à Autoridade Palestiniana, uma medida que as Nações Unidas alertam estar a criar uma crise económica sem precedentes e a ameaçar a própria viabilidade das instituições palestinianas na Cisjordânia. O Coordenador Especial da ONU para o Processo de Paz no Médio Oriente, Ramiz Alakbarov, informou o Conselho de Segurança que, desde maio, Israel não transferiu quaisquer das taxas alfandegárias que recolhe em nome da Autoridade Palestiniana (AP). Este mecanismo de transferência é um pilar dos Acordos de Oslo de 1994 e constitui uma parte substancial do orçamento da AP. A justificação de Israel para reter os fundos desde os ataques de 7 de outubro é evitar que o dinheiro beneficie o Hamas em Gaza.
No entanto, o impacto devastador está a ser sentido na Cisjordânia, administrada pela AP. Alakbarov alertou que a retenção de fundos representa uma "grave ameaça à economia e ao sistema bancário palestinianos" e, se não for resolvida urgentemente, "poderá ameaçar a viabilidade da Autoridade Palestiniana". Esta pressão financeira compromete a capacidade da AP para pagar salários ao setor público, manter serviços essenciais e sustentar o sistema bancário da região.
A medida é vista como uma forma de estrangulamento económico que arrisca desestabilizar ainda mais a Cisjordânia, num momento de extrema volatilidade, e enfraquece qualquer perspetiva de um futuro processo de paz.
Em resumoAo reter mais de dois mil milhões de dólares em receitas fiscais, Israel está a provocar uma grave crise económica à Autoridade Palestiniana na Cisjordânia, uma ação que, segundo a ONU, pode levar ao colapso institucional.