Tess Ingran, porta-voz da UNICEF, relatou que "a fome estava em todos os lugares que olhei na Cidade de Gaza", descrevendo clínicas de nutrição sobrelotadas com pais em lágrimas e crianças a sofrerem os efeitos da subnutrição severa, como a perda de visão e cabelo. A realidade diária para muitas famílias é partilhar uma única tigela de lentilhas ou arroz, com os pais a abdicarem da sua porção para que os filhos possam comer.

A situação é tão grave que, em agosto, foram registadas 185 mortes por desnutrição, o número mais alto em meses, elevando o total de óbitos por esta causa para mais de 300, sendo a maioria crianças. Organizações internacionais e o Tribunal Penal Internacional investigam estas mortes no âmbito de acusações de crimes de guerra, com um mandado de detenção emitido contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por suspeita de usar a fome como método de guerra. Ingran concluiu de forma contundente: "O impensável não está iminente - já está a acontecer".