Embora Pequim se posicione como uma alternativa à ordem ocidental, a sua atuação no terreno tem sido criticada por uma aparente inação.

Historicamente, a China foi um dos primeiros países não-árabes a reconhecer a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1965, vendo um paralelo entre a situação palestiniana e a sua própria questão com Taiwan.

No entanto, com a sua abertura económica, a política externa chinesa tornou-se mais pragmática.

Atualmente, a China é o segundo maior parceiro comercial de Israel e controla um terminal de contentores estratégico em Haifa. Esta dualidade manifesta-se nas suas ações recentes: Pequim recusou-se a classificar o ataque de 7 de outubro como "terrorista", apoiou todas as resoluções da ONU por um cessar-fogo e até mediou um acordo entre fações palestinianas. Contudo, absteve-se de assinar um comunicado que previa um embargo de armas a Israel e os seus meios de comunicação oficiais evitam o termo "genocídio". Analistas sugerem que a China não quer comprometer as suas relações comerciais nem ser arrastada para um conflito no Médio Oriente, uma "armadilha" que, segundo Pequim, os EUA gostariam que caísse. A sua abordagem prioriza a estabilidade interna e o crescimento económico, evitando sanções que poderiam ser vistas como hipócritas, dado que Pequim critica Washington por usar o comércio como arma política.